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quinta-feira, janeiro 15, 2009

Sobre fenômenos meteorológicos.

Atualmente ocorrem, no Rio Grande do Sul, fenômenos meteorológicos de grande intensidade, como chuvas de granizo e tormentas, com ventos muito fortes causando grandes prejuizos materiais e morte de pessoas. Os meios de comunicação, ao informarem a população, muitas vezes evidenciam a surpresa por não haver registro de fatos, na meteorologia gaúcha, com uma escala similar ao que tem ocorrido no presente,.
Pouco sabemos sobre o clima do Rio Grande do Sul no período histórico anterior ao século XX, mas documentos administrativos e relatos de viajantes trazem informações interessantes sobre este tema:
O viajante francês Saint Hilaire, também no seu diário fazia anotações sobre a meteorologia, no ano1821 registrou:

Tronqueira , 13 de abril: [...] Algumas horas antes do por do sol o céu apresentou-se coberto de negras e expessas nuvens e logo teve inicio um verdadeiro furacão, o mais terrivel que tenho presenciado em minha vida. A escuridão era tamanha que dificilmente podia ler. Por todos os lados o céu era riscado por relâmpagos. As trovoadas sucediam-se, sem interrupção, e o ronco do vento ultrapassava o ruído do trovão, dado a sua violência.
Nesse momento achava-me, em companhia do pequeno Diogo, na sala de meu hospedeiro. Estando aberto a janela e a porta, tudo que se achava sobre a mesa foi carregado pelo vento; corri a fechá-las, mas nesse momento, uma parte do telhado foi arrebatado e, apesar da casa ser nova, um pedaço da parede, construida com tijolo e barro, foi derrubada pelo furacão e emtulhado por cima de minhas malas. A água caia torrencialmente dentro da casa pedaços de talhas voavam ao redor de min [...] Ao fim de sete ou oito minutos a intensidade do furacão diminuiu. [...] Entrementes, chegaram Matias e Lourette. O primeiro contou-me que ao inicio do furacão encontrava-se, com Firmino, na carroça e que não obstante o enorme peso da viatura e a horizontalidade do terreno, fora lançada contra uma árvore que ela arrancara, sendo a coberta atirada longe.


No Quadro Estatístico e Geográfico da Província de São Pedro encontramos o seguinte relato: [...] a espantosa detonação que coincidiu com a elevação de uma tromba na foz do Jacuhy. Este fenômeno ocorreu em 1822, o viajante Michael George Mulhall, embora tenha percorrido o Rio Grande do Sul de pois desse período também cita, no seu diário, esse fato através de relatos colhidos entre os moradores de Porto Alegre.

O francês Nicolau Dreys faz a seguinte descrição de outro fenômeno:

Presenciamos no Rio Pardo uma tremenda chuva de pedras, e também foi êsse um dos mais furiosos furacões que temos visto nos dois hemisférios.
Num instante a vila não ofereceu senão montões de ruínas; todas as vidraças e grande parte dos telhados cairam quebrados, paredes inteiras foram derrubadas, e outras crivadas como pela metralha; todas as árvores das quintas ficaram reduzidas ao tronco principal, e muito gado morreu no campo adjacente

Dreys percorreu o Rio Grande do Sul entre 1817 e 1839, não especifica em que ano ele observou esta tormenta.

No Annuario do Estado do Rio Grande do Sul, Azambuja comenta o riogoroso inverno de 1885 :

O phenômeno de agosto de 1879 em Cima da Serra foi devido, si não nos enganamos, a uma grande tempestade que se fez sentir tambem na capital, na noite de 8 pra 9 de agosto, onde produzio muitos desastres no caes ancoradouro, tempestade que atravessou uma grande parte do Brazil fazendo sentir os seus rigores, conquanro com menos intensidade, nas provincias de Paraná e de S. Paulo e indo além até Uberaba e Goyaz.

Estes são alguns exemplos sobre uma grande quantidade de registros, muitos ainda desconhecidos dos historiadores e climatologistas.

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