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segunda-feira, abril 20, 2009

A grande seca de 1877.

Esta seca provavelmente foi a mais forte que atingiu o Rio Grande do Sul no século XIX. Esta é a descrição de um episódio ocorrido em Júlio de Castilhos:

O maior flagelo da histórica do município ocorreu nesse período do povoamento inicial da sede.
Durante seis meses não caiu, em todo o município de São Martinho, uma só gota d´água. No Povo Novo, o rio Guaçupi se transformou apenas em um “rosário de pequenas poças’. Outras fontes da região se tornaram famosas porque ainda mantiveram vertentes. Os açudes secaram. As árvores dos matos perderam suas folhas ao alcance do gado, como se fossem roçadas. E o capim dos campos secaram completamente.
Os antigos contam que os focos de fogo na pastagem esbranquiçada deviam ser atacadas imediatamente. Os animais magros eram sacrificados e arrastados, com o ventre aberto, para deter a rápida corrida das chamas. Os rebanhos foram dizimados e toda a plantação irremediavelmente perdida.
A câmara de São Martinho, sob a presidencia do cap. João Manuel de Oliveira, reiterava um pedido feito ao Delegado do Instituto Vacinico da Provincia para que “remetessem algumas lâminas de pus vacínico” pois temia-se uma epidemia, tal era a mortandade de animais.
A 14 de julho de 1877, o Presidente da Província ordenava a aquisição de “100 sacos de feijões de diversas qualidades e espécies boas, cem ditos de miho, arroz, favas e ervilhas, sementes que seriam distribuídas a agricultores pobres. E a Câmara Municipal era avisada que “da corte Imperial” lhe foi remetida, pela Sociedade Beneficente e Humanitária, a quantia de três contos, seiscentos e oitenta mil e duzentos e vinte réis para socorrer as vitimas da seca da Província. Desta apreciável quantia o município receberia, em dezembro daquele ano, a quantia de 450 mil réis.
Devido a completa escassez de alimentos, o número de suínos do município ficou reduzido a 300 animais! Considerando a enorme área do então Município de São Martinho, pode-se ter uma idéia do que foi a terrível estiagem.

Fonte: Terra de Vila Rica: Contribuição ao Estudo da História
Do Município de Julio de Castilhos, 1991.
Costa, Firmino.

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