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sábado, setembro 13, 2008

José Brasanelli, o artista missioneiro.

Paulo Jolar Pazzini Galarça.


Na entrada da cidade de São Borja, encontra-se a réplica da imagem de São Francisco de Borja, pouco conhecido é o interessante capitulo, da história missioneira, a qual o original desta imagem está ligado. Podemos encontrar esta valiosíssima obra de arte na igreja matriz de São Borja, sendo ela da autoria do padre jesuíta José Brasanelli.
“A Viagem às Missões Jesuíticas e Trabalhos Apostólicos”, publicada no fim de 1600, é o mais antigo registro sobre as reduções jesuíticas espanholas situadas no Uruguai e parte do Rio Grande do Sul, produzida a partir de uma coletânea de cartas que o padre jesuíta Antonio Sepp enviou ao seu irmão Gabriel, residente na Alemanha.
Numa passagem deste diário ele comenta a visita que fez à redução de São Borja, entre outras coisas, descreve a imagem de São Francisco de Borja. No detalhe do comentário, acrescenta que foi esculpida num único bloco de cedro, sendo o seu tamanho um pouco maior do que o natural. Esta estátua, segundo ele, originalmente possuía pernas, as quais foram serradas, mais tarde, para facilitar o transporte e adequação em altares.
Sobre o autor desta obra, o padre Jesuíta José Brasanelli, abre-se outro capitulo da história missioneira. Este romano, arquiteto, escultor e pintor, foi discípulo dos maiores artistas plásticos europeus de sua época, é uma figura lendária na história das missões.
Entre 1695 e 1705 ele se estabeleceu em São Borja, neste período construiu a igreja desta cidade, na qual empregou uma nova técnica arquitetônica que se tornou modelo para as outras igrejas missioneiras. Os historiadores reconhecem que grande é a sua influência na arquitetura missioneira da nossa região, e de uma parte dos paises do prata. No final do século XVII e começo do século XVIII ele trabalhou em todas as reduções jesuíticas, do Paraná e Uruguai, dirigindo construções e instruindo os indígenas na arte da escultura e do entalhe.

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