Postagens mais visitadas

sábado, maio 16, 2009

Phenomeno

O Diario da Tarde, de Curityba, relata este curioso phenomeno:
No dia 28 do mez findo deu-se um phenomeno bastante assustador entre Jaguariyva e Assumguy de Cima, no logar denominado Conceição, districto do Cruzeiro. Os habitantes dos arredores até hoje estão aterrorisados e não sabem explicar o acontecimento. Em hora que não foi indicada foi ouvido naquele local um estouro semelhante ao de um canhão monstro.
Sahindo algumas pessoas para ir ver o que seria, depararam na propriedade do Sr. João Francisco, com grande parte do terreno abatido a tão grande profundidade que as copas dos pinheiros ficaram rasas com o chão!
O proprietario o Sr João Francisco recebeu tal emoção que caiu doente até agora conserva-se no leito. O terreno abatido tinha grandes plantações de cereais.
Os habitantes dos arredores, que nunca tinham visto tal fenômeno, tomaram como um aviso do anunciado fim do mundo. A verdade porém, é que desses phenomenos tem havido em muitas partes e não são mais do que resultado de commoções que se passam diariamente no seio da terra.

Fonte: Jornal “A Ordem 1899”.

domingo, maio 10, 2009

Qual é o mistério do espaço?

As sociedades humanas, ao longo do tempo percorrem e ocupam diferentes ambientes do planeta Terra. A geografia define esta ação como a formação do espaço geográfico. A procura da essência desse processo nos leva a uma pergunta: o que é o espaço? A ciência nos diz que o espaço é um componente básico da manifestação da existência que conhecemos. Para tentar enxergar o fenômeno usarei aqui duas imagens. Em uma figura vemos uma tira, fechada, onde uma pequena bola percorre sempre uma mesma face. Na outra uma fita similar, porém torcida, formando a chamada “fita de Möebus”, agora o espaço foi totalmente modificado, observamos que a bola percorre, no mesmo impulso, as duas faces. Click sobre as figuras e observe a animação.

sábado, maio 02, 2009

Uma breve nota.

Clima e literatura, em 1815 a erupção do vulcão Tambora causou um desastre mundial, o ano de 1816 ficou conhecido, pelos historiadores como “o ano sem verão”.
Ladurie comenta:

Neste ano, numa casa em Genebra, confinados pela chuva, um grupo de escritores passa o tempo contando histórias de terror. Estas histórias, mais tarde foram passadas para o papel, nesta ocasião dois clássicos da literatura surgiram o vampiro de Polidori e Frankstein de Mary Shelley, que ainda não tinha 19 anos.

segunda-feira, abril 20, 2009

A grande seca de 1877.

Esta seca provavelmente foi a mais forte que atingiu o Rio Grande do Sul no século XIX. Esta é a descrição de um episódio ocorrido em Júlio de Castilhos:

O maior flagelo da histórica do município ocorreu nesse período do povoamento inicial da sede.
Durante seis meses não caiu, em todo o município de São Martinho, uma só gota d´água. No Povo Novo, o rio Guaçupi se transformou apenas em um “rosário de pequenas poças’. Outras fontes da região se tornaram famosas porque ainda mantiveram vertentes. Os açudes secaram. As árvores dos matos perderam suas folhas ao alcance do gado, como se fossem roçadas. E o capim dos campos secaram completamente.
Os antigos contam que os focos de fogo na pastagem esbranquiçada deviam ser atacadas imediatamente. Os animais magros eram sacrificados e arrastados, com o ventre aberto, para deter a rápida corrida das chamas. Os rebanhos foram dizimados e toda a plantação irremediavelmente perdida.
A câmara de São Martinho, sob a presidencia do cap. João Manuel de Oliveira, reiterava um pedido feito ao Delegado do Instituto Vacinico da Provincia para que “remetessem algumas lâminas de pus vacínico” pois temia-se uma epidemia, tal era a mortandade de animais.
A 14 de julho de 1877, o Presidente da Província ordenava a aquisição de “100 sacos de feijões de diversas qualidades e espécies boas, cem ditos de miho, arroz, favas e ervilhas, sementes que seriam distribuídas a agricultores pobres. E a Câmara Municipal era avisada que “da corte Imperial” lhe foi remetida, pela Sociedade Beneficente e Humanitária, a quantia de três contos, seiscentos e oitenta mil e duzentos e vinte réis para socorrer as vitimas da seca da Província. Desta apreciável quantia o município receberia, em dezembro daquele ano, a quantia de 450 mil réis.
Devido a completa escassez de alimentos, o número de suínos do município ficou reduzido a 300 animais! Considerando a enorme área do então Município de São Martinho, pode-se ter uma idéia do que foi a terrível estiagem.

Fonte: Terra de Vila Rica: Contribuição ao Estudo da História
Do Município de Julio de Castilhos, 1991.
Costa, Firmino.

sábado, abril 11, 2009

O tempo no Rio Grande do Sul ao longo do ano de 1844

O clima do Rio Grande do Sul em 1844 segundo dados extraídos do diário de Antonio Vicente da Fontoura, um dos líderes da Revolução Farroupilha.



Janeiro.

5 – chuva
6 – frio
7 – NE forte e frio, cerração
8 – NE forte e frio, cerração
13 – sol lindo
14 – chuva
21 – chuva, vento norte
22- Fresco, sol fortíssimo
24 – Sol quente
30 – dia de maior calor que tem feito neste verão, nem a mais leve aragem
31 – Trovejando muito
Número de dias de chuva – 3
Número de dias frios - 3

Fevereiro

2 – chuva
4 – chuva. Neblina com intervalos de sol
6 – enchente
16 – vento norte mais quente que o sol. Dores de cabeça
26 – calor excessivo
Número de dias de chuvas – 3
Número de dias frios – 0
Total de dias observados - 5

Março

3 – frio
18 – chuva
19 – madrugadas frias, flores murchas, frutos passados.
30 – grande neblina. Sol ardentissimo ao meio dia
Número de dias de chuvas – 1
Número de dias frios –2
Total de dias observados - 3


Abril

2 – sol quentíssimo
10 – quase geada
17 – chuva, vento norte
18 – chuva
Número de dias de chuvas – 2
Número de dias frios – 1
Número de dias observados - 4

Maio

1- frio
13 – chuva constante
16 – chuva
18 – frio terrível durante a noite
23 – frio
26 – Muita geada durante a noite. Vem to sul frio
Número de dias de chuvas – 2
Número de dias frios - 4
Número de dias observados - 5


Junho

12 – frio excessivo
16 – frio
21 – muita geada
30 – dia de verão
Número de dias de chuvas – 0
Número de dias frios - 3
Número de dias observados - 4

Julho

5 – Cerrado
6 – Vento fortíssimo. Frio extraordinário
31 – Temporal
Número de dias de chuvas – 1
Número de dias frios – 1
Número de dias observados - 3



Setembro

7 – choveu muito
12 – lento desenvolver da vegetação
23 – chuva
24 – chuva todo o dia
25 – chuva abundante. Tormenta acompanhada de pedras regulares
26 – chuva muito copiosa . enchente de São Miguel
27 – chuva, vento e pedras. Desde agosto quase um quartel de inverno
Número de dias de chuvas – 6
Número de dias frios – 1
Obs. Desde agosto inverno forte.
Número de dias observados - 7


Outubro

4 – vento este forte
9 – chuva
10 – chuviscou todo o dia. Vento, trovão, nuvens negras.
Número de dias de chuvas – 2
Número de dias frios – 0

Total
Dias de chuvas – 20
Dias de frio – 15
Mês mais chuvoso – setembro
Mês com mais dias de frio – maio


Antonio Vicente da Fontoura registra para o ano de 1844 a enchente de São Miguel no dia 26 de setembro. A propósito, transcrevemos a seguinte observação “Sobreveio a infalível enchente de São Miguel, as abundantes chuvas que coincidem com o equinócio de setembro.

terça-feira, abril 07, 2009

Registros de imagens sobre o tempo meteorológico.

Na pesquisa da climatologia histórica, anterior ao século XX, sobre eventos ocorridos no Rio Grande do Sul, são raros os documentos com algum tipo de imagem. Em setembro de 1754 o exército do general Gomes Freire foi surpreendido por um fortíssimo temporal no Passo do Jacuí (Rio Grande do Sul), ocorrência esta conhecida como a enchente de São Miguel. O coronel Miguel Angelo Blasco, engenheiro e quartel-mestre general do exército de Gomes Freire, pintou três quadros do acampamento inundado. Este interessantíssimo material foi publicado, em 1931, pelo General Borges Fortes.



domingo, abril 05, 2009

Aterro do Centro na cidade de Porto Alegre.

O desenvolvimento da área urbana de Porto Alegre tem avançado sobre a planície de inundação do lago Guaíba, nos documentos do século XIX, já aparecem solicitações junto à administração requerendo licença para isso. A partir do século XX, este processo tornou-se mais intenso devido ao crescimento da urbanização. As fotos abaixo dão uma idéia da grande quantidade de aterro feito somente no século XX, entre os anos de 1916 e 1987. O Paço (local assinalado como referência nas figuras) é o prédio onde funciona a prefeitura.