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sexta-feira, outubro 02, 2009

Temporal em Porto Alegre.

Grande Temporal em Porto Alegre – 1899.

Grande temporal.
Desmoronamentos Prejuízos.

Sábado último às 8 horas e meia mais ou menos da noite, desencadeou sobre esta capital violenta ventania acompanhada de volumosa manga d´agua.
A impetuosidade com que manifestou-se esse phenomeno metheorologico foi tal que não houve prédio que não lhe sentisse os efeitos.
A grande quantidade de areia arrastada da parte alta da cidade obstruiu as sarjetas e os canos do esgotto das ruas baixas dando logar a que a água innundas e os passeios, penetrando em muitos prédios.
Longe iríamos se fossemos dar uma noticia detalhada de todos os casebres, muros e cercados levados pela ventania; entretanto vamos registrar alguns incidentes.
No prado Independência, o enorme carramanchão de ferro ali existente foi todo destruído. Um chalé de taboas do 3o districto foi levado pelos ares.
Na rua Concórdia, um grande muro há pouco construído e que faz esquina com a rua República, rolou por terra. Na mesma rua diversas casas tiveram igual sorte.
Na rua da margem enfrente a rua Luiz Affonso desabou a casa de negócios de Carlos Severini.
Essa rua foi uma das que mais sofreram telhados foram levados inteiros e casas houve que os respectivos moradores tiveram que abandona-las indo pedir auxilio a outros visinhos.
Na rua da Olaria desabou o prédio onde eram estabelecidos com negócio Gonçalves Ferreira & Ca .
No campo da Redempção por onde passa a linha da Porto-Alegrense, cairam 16 postes telephonicos.
Numero egual ou superior caiu também na rua Independência.
Na praia Baronesa, barras de Ferro que três homens não levantam foram arremessadas a 40 ou 50 metros de distancia.
No chamado campo da Baronesa também muitíssimos soffreram os prédios ali existentes.
As paredes que ainda restavam de pé do antigo Palacete Nonohay ruíram por terra.
Um canto formado pelas duas paredes que caíram, ficou de pé à guiza de coluna encimada por um pedaço de platibanda, tendo no alto uma das figuras que adornam a fachada principal do grande edifício.
Os serviços telegraphicos estadual e federal para o interior do estado estão interrompidos desde sábado.
No pateo da casa n. 67 da rua da Figueira, onde reside o Sr João Gonçalves de Castro, inspetor de vehiculos, existia um caixão na extremidade de uma vara, fincada no solo, onde achava-se preso um macaco.
Na ocasião da ventania, o caixão e a vara foram levados pelos ares levando o macaco que não saiu de dentro do caixão.Só ontem o cidadão Castro conseguiu noticia do macaco.
Fonte: Jornal A Federação – 2a feira 17 de abril de 1899. N0 88 (pg 19)

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